Durante dez dias a cidade de Goiânia sente o clima da festa da fé. Famílias, amigos, colegas de trabalho, vizinhos se unem para fazer à pé o percurso Goiânia/Trindade. Também já fiz isso algumas vezes, mas hoje não faço mais. A rodovia fica em festa. Barracas de alimentos, pessoas andando conversando, outras caminhando e rezando, carros que vão e que vêm. Há até um desfile muito bonito de carros de boi.
No sábado não havia como andar na cidade de tão cheia. Pessoas vindas do Tocantins, São Paulo, Brasília, etc, todas elas envolvidas nesse clima de fé, de paz.
Ontem estivemos assistindo a missa de encerramento. Assim como as outras, também essa estava sendo assistida por uma multidão. Crianças vestidas de anjinho, águas para serem benzidas após a missa, objetos para serem abençoados. Me emociono quando vejo nos rostos (alguns sofridos até), a expressão de fé. Pessoas que recebem graças e vão até Trindade agradecer ao Divino Pai Eterno, chegando algumas a levarem objetos como muletas, roupas, coletes para depositarem ali como a dizerem: "Obrigado meu Deus por esse milagre"!
Sou católica, gosto de assistir a missa e também das músicas. A missa me faz recordar a passagem de Cristo pela terra.
Enquanto cantávamos a música de agradecimento, ao encerrar a missa, os fogos tomaram conta do céu formando cada um desenhos mais lindos que o outro. Eu me encontrava tão envolvida olhando aquelas figuras se formarem, cantando a música, que ao mesmo tempo em que senti que algo muito quente havia caido bem próximo ao meu olho esquerdo, ouvi a voz do Célio gritando: Margarete, corre daí depressa. Aquilo me trouxe à realidade e vi que havia somente eu no local, os outros estavam correndo, inclusive as pessoas que estavam comigo. Os fogos estavam sendo soltos muito próximo de onde o povo estava assistindo a missa e as faíscas caíam baixo.
Quando me vi diante do que estava acontecendo somente um sentimento se apossou de mim: eu estava me sentindo tão envolvida pela presença de Jesus naquele local, junto ao povo, que se aquela faísca houvesse caído no meu olho e me cegasse eu não teria me importado. Naquele momento a minha paz e a minha fé eram bem maior que eu.
Mais uma vez fui a Trindade agradecer a Deus as bênçãos que eu recebo e resumir meus pedidos todos em um só: que Ele não deixe que minha fé venha se abalar, ao contrário, que aumente a cada dia.
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