É, era amor?

Eram bem mais jovens, pois já se passaram 25 anos desde que se separaram. Viveram um amor cheio de paixão, de bilhetinhos, trocas de olhar que diziam da cumplicidade que havia entre ambos. Tudo era alegria, apesar dos momentos de “guerra”, na maioria das vezes causada por ciúmes (de ambos). Viajavam, riam e apesar de se verem todos os dias, somente um dia na semana era dedicado a “eles”. Pra ele, ela era sua Índia, pra ela, ele era GPG (iniciais). Isso durou mais de um ano.
Um dia, de uma maneira brusca, o destino os separou. Cada um teve que continuar sua vida, sem ao menos notícias um do outro.
O que restou pra ela disso tudo, além das boas lembranças e da saudade foi o amor que ela continuou nutrindo, em silêncio, por ele.
Pra ela vinha sempre a pergunta sem resposta de uma resposta que ele escreveu pra ela quando ainda juntos e ela perguntou a GPG se ele a amava: “se amar for gostar da pessoa do mais fundo do coração, for desejar sempre o bem pra essa pessoa, for querer estar sempre junto a ela mesmo que só por um momento, então posso dizer sem sombras de dúvidas que eu te amo”. Onde foi parar esse amor?? Quando ele ficou pra traz para ele? Qual a resposta que ele daria a ela durante esses 25 anos para a mesma pergunta?
Um dia (uma das grandes coincidências do destino), se encontraram numa parada de ônibus vindo do mesmo destino, mas indo pra destinos diferentes. A emoção tomou conta do momento, pelo menos pra ela. Já haviam se passado quase 10 anos desde que ele a deixara. Mal conversaram, não só porque o ônibus dele já estava de saída, mas pela emoção que o momento trouxe. Ela foi embora, levando consigo emoções, pensamentos,recordações. Como tirar ele da cabeça dali pra frente? como conviver com o desejo que teve de abraçar aquele homem? Será que aquele amor que estava adormecido tinha adquirido forças pra reviver ainda mais um tanto? Somente o tempo responderia.

A vida pra eles foi de amor, paixão, mas de desencontros que nem vou dizer aqui sobre eles.
Nesse espaço de 25 anos, ela teve marido, dois filhos, apaixonou, desapaixonou, mas sempre paralelo a tudo isso, lá no fundo de seu coração, um amor que teimava em se fazer lembrado.

Ele, nesses 25 anos, com 2 filhos, enterrou a mulher, pai e mãe, se casou novamente, separou. Ganhou duas netinhas “já prontas”, se aposentou, enfartou, colocou safenas.
Mas tudo isso ficaram sabendo depois, pois o silêncio entre ambos não lhes trazia notícias um do outro.
Um dia ela teve a idéia de procura-lo no mundo virtual. Percorreu orkut, google e nada. Mandou vários convites pro msn usando várias formas do que ela poderia imaginar ser as que ele provavelmente usaria em um email (já estudaram probabilidades em matemática?). Até que um dia um convite obteve resposta, ele aceitou, ela acertou o email.
Se reencontraram no msn, foi só alegria, lembranças a dois, sorrisos, respostas a tantas perguntas, outras tantas que queriam ser perguntadas mas que ainda achavam cedo pra faze-las.
Descobriram que nesses 25 anos nunca haviam se separado pelo coração.
Trocaram fotos um do outro, da família, filhos, momentos. Tudo era novidade, estavam ansiosos por notícias. Ele comprou até uma cam, se viram, se vêem ...
Bom, claro que essa história é real (alguns até a conhecem porque já contei) e vocês, que são leitores do meu blog, que fazem parte todos de minha vida, saberiam quem é se eu desse somente uma dica, mas não posso, infelizmente.

E vocês vão me perguntar como terminou, como está caminhando tudo isso.

Será que consolidou o amor?

Ou será que descobriram que aquele foi apenas mais um momento em suas vidas?

Seja o que for, uma coisa é certa: naquela época, eles se amaram, mas não estavam preparados pra construir uma vida juntos. Hoje eles estão maduros, vividos e ainda continuam gostando das mesmas coisas. E o amor, continua ou não?? Vão se reencontrar pessoalmente, sair, conversar, dançar, se amar? (vou procurar saber e conto pra vocês).