Desamparo existencial

        Quem leu ou vier a ler o livro de Leonardo Boff - A FORÇA DA TERNURA, vai deparar com o seguinte: "Cada pessoa se confronta com situações de crise como o desamparo existencial e o sentimento de perda. Perda de um ente querido, da pessoa amada, de um posto de trabalho. Feliz daquele que encontra alguém que lhe oferece um ombro, que lhe estende a mão calorosa e que carrega um pouco com ele a cruz que, repartida, se torna suportável e redentora." 
         Porque estou me referindo a este texto? Por que acho que hoje em dia, sem querer generalizar, as relações andam um pouco complexas. Seja na amizade, no casamento, na família, no namoro, etc, está havendo o que ele chama de desamparo existencial. Onde anda a confiança do "desabafo", do ombro amigo? Quem tem um parceiro, amigo, filho, pai, mãe, em quem possa confiar, que conserve e que também ofereça seu ouvido, sua compreensão. Quando ocorre de por algum motivo (morte, separação ou qualquer outra perda), nos chega a culpa por acharmos que poderíamos ter ouvido mais, ter falado mais, magoado menos e evitado que certas mágoas que nos foram provocadas tomassem proporções maiores que as devidas. 
         Talvez não seja fácil romper com o silêncio, nos abrirmos para sermos melhor compreendidos, mas será que também é fácil ter paciência para ouvir?

Nenhum comentário: