Terminou hoje a novela Duas Caras. Eu não a assisti, mas de vez em quando parava pra ver um pedaçinho e acabei por entender o seu conteúdo (normal que isso aconteça com todos nós tanto pela falta de conteúdo significativo quanto pelo longo tempo em que são exibidas).
Houve muita gente que não gostou do final de Maria Paula e Ferraço. No início da novela eles se casaram, mas ele lhe aplicou um golpe, deixando-a pobre, grávida e amando-o. Ferraço foi embora, fez plástica para não ser reconhecido e continuou sua boa vida de bandido.
Maria Paula continuou com sua vida sofrida, mas deu a volta por cima e criou muito bem seu filho.
Acabaram por se reencontrar. Claro que o amor dela por ele não havia morrido, apenas estava adormecido no colchão de mágoas como acontece também na vida real.
Ferraço (não sei se passou a amá-la ou se apesar do banditismo sempre a amou por que eu não acompanhava a novela) tentou o que podia para prejudicá-la, chegando inclusive a usar seu próprio filho para conseguir seus objetivos. Não sei quando foi que chegou o momento em que ele percebeu o seu amor por ela, mas como acontece em nossa vida sempre há um momento em que é necessário pararmos para ouvir nosso coração.
Qual atitude ela tomou até chegar o momento em que deram o beijo “final”, selando o verdadeiro amor? No que eu pude assistir ela se casou com ele, fez com que, por amor, ele se entregasse à justiça, cumprisse a pena de dois anos de prisão com a promessa de estarem juntos depois.
Quando ele ficou livre e foi procurá-la, descobriu que ela havia vendido todos os seus bens deixando-o na miséria e mudou-se para o exterior levando o filho.
Dor e angústia, sensação de perder o chão, tudo isso ele sentiu naquele momento. Pensava ele que não merecia aquela vingança, pois por amor ele havia se regenerado e cumprido o seu trato com ela. Por que tinha que passar por tudo aquilo?e agora, onde morar? Como e por onde recomeçar sua vida? E o amor que sentia, o que fazer dele sem ela?
Mas Maria Paula só quis que ele sentisse o mesmo que ela sentiu quando passou por tudo isso, de maneira pior ainda.
Um telefonema mudou o rumo de seus sentimentos e com uma passagem foi ao encontro dela e do filho.
Por que muitas pessoas não gostaram desse final? Creio eu que estamos tão acostumados com o mau caratismo que não adimitimos que o mocinho, principalmente ele, vá preso, que sofra, porque, tadinho, ele se regenerou, se arrependeu. Normal seria terem se reconciliado assim que ele disse sobre seu amor.
Certamente foi melhor assim pois se ela o houvesse aceitado normalmente iria haver entre os dois o fantasma da cobrança, ele estaria sempre devendo a ela aqueles dias/anos de sofrimento, não faltariam oportunidades para reviverem o passado em que tanta dor ele causou.
Sou a favor da vingança? Não, mas acredito que um relacionamento rompido causando mágoas deva primeiramente, de alguma forma, ser “zerado” para depois sim, recomeçar. Como fazer isso não sei, mas assim como Maria Paula encontrou a maneira dela cada um provavelmente terá dentro de si uma idéia própria para resolver a sua.
Uma coisa é certa: se amar tem que lutar pelo amor, mas se há um pouquinho de mágoa que seja ela deve ser banida o mais rápido possível.
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